O personagem principal João Carlos, já em idade provecta, encontra-se naqueles momentos da vida em que sente a morte se aproximar e, em momentos tais, a alma se vê presa às reminiscências e com um aporte a confissão, se torna imantada aos momentos de maior importância. A emoção, o amor e o ódio se entrechocam com um ruído de chocalho de cascavel. Todavia, a psique humana tem o condão de racionalizar os seus dramas, devotando-lhes uma desmensurada indulgência alavancando as boas ações com um elã de santidade. E desta forma, João Carlos se aproxima do filho bastardo, a quem devotou um excessivo desprezo. Este demonstra ser portador de uma alma bem mais elevada que a dele e é assim que acolhe o pai trânsfuga e lhe devota um afeto, a princípio arredio, mas que se revela sincero e leal. O filho, os netos e a nora formam o conjunto para uma velhice amena e aprazível. Enfim, uma família! O futuro lhe aponta uma aposentadoria com vencimentos à altura do seu elevado posto e prometem um final feliz para o nosso herói. A vida, no entanto, se incumbirá de turvar tal cenário e as nêmeses virão cobrar os desacertos do Passado que ora se encontram em Percurso. O cálice da amargura aparece em primeiro plano com um inesperado AVC. O evento maléfico adiantou a aposentadoria que se avizinhava. Mas, sob o olhar cativante de uma bela enfermeira de corpo curvilíneo e de uma fisioterapia bem conduzida, as coisas poderiam se recompor. Mas, como dizem “desgraça pouca é bobagem!” E o enredo da nossa trama persiste encurralando o nosso infausto João Carlos. A beleza da jovem E é este ódio que levará o leitor ao apogeu deste volume, uma vez que o autor nos promete novas emoções na história do nosso Administrador Municipal. Aguardemos então..